2014(e)ko urriaren 22(a), asteazkena

DO FADISTÃO AO FODISTÃO VAI O PASSO DE UM ANÃO E DE SETE BRANCAS E PURAS LINHAS DE MARADONAS E OUTRAS PRIMAS E DONAS ...E OUTRAS COÑASO fado nasceu num dia Em que o vento mal bulia E o céu o mar prolongava, Na murada dum veleiro, No peito de um marinheiro Que estando triste,cantava.

Passaste por mim um dia,
Eras mulher e criança,
Tinhas uma expressão mansa
Coma de triste alegria…
Luz do luar, luz do dia,
Luz do céu do amanhecer,
Que luz posso eu conceber
Que teu sorriso não desse,
Teu olhar não recolhesse,
Eras criança e mulher…?Passaste por mim, passaste
Num dia da minha vida,
E hora jamais esquecida,
Em que ambos dois resgataste,
Foi aquela em que deixaste
Teu olhar no meu cair,
A tua boca sorrir,
(Nem sei se me viste ou não…)
E a tua mansa expressão
Benzer todo o meu porvir!

Eras criança e mulher,
Tinhas petulante e doce,
Um jeito como se fosse
De quem quer dar, receber…
Eu começava a saber
Que era uma pobre criatura
Das que vivem na loucura
De redimir tudo, e todos,
E têm falas e modos
De altiva e triste figura…
Passaste, olhaste, sorriste,
Naquela semana inteira,
Com sempre a doce maneira
Como de alegria triste.
Nem sei, sequer, se me viste,
Não vou jurar que me vias
Depois passaram-se os dias,
A vida meteu-se ao meio,
Quanto havia de vir veio,
Fui-me embora e tu partias…
Há quantos anos foi!,
Pensas que pude esquecer-te?
Crês que deixei de rever-te
Na saudade que me dói?
Sim, já não sou esse herói
Vibrante e meditabundo
Que nada via no mundo
Senão luz dum mais-além...

no fundo do túnel frio
no fundo do poço mais pio
Mas tu caíste também,
Qual de nós caiu mais fundo?

E nesse eterno vaivém

VAI-SE O TEMPO VAI-SE O MUNDO
ou chega-se quando se vem.... 
e vive bem quem mais tem


Logica

Ai d'aquelles que, um dia, depozeram
Firmes crenças n'um bem que lhes voou!
Ai dos que n'este mundo ainda esperam!
Terão a sorte de quem já esperou...

Ai dos pobrinhos, dos que já tiveram
Oiro e papeis que o vento lhes levou!
Ai dos que tem, que ainda não perderam,
Que amanhã, serão pobres como eu sou.

Ai dos que, hoje, amam e não são amados,
Que, algum dia, o serão, mas sem poder!
Ai dos que soffrem! ai dos desgraçados

Que, breve, não terão mais p'ra soffrer!
Ai dos que morrem, que lá vão levados!
Ai de nós que ainda temos de viver!
Pampilhoza, 1895.